Todos os dias a poesia é vivenciada, ela está presente em nosso olhar, em
nossa alma, em nossa vida. Passamos a ser poetas quando a nossa
sensibilidade começa a entender os detalhes da vida.
A poesia está em...
Olhar o rio que corre, levando uma folha solitária que navega em seu
leito, sem saber o lugar de sua parada e o destino que terá...
Olhar o pássaro que passa em seus vôos curvilínios formando inusitadas
coreografias para deleite de nossa inspiração...
Olhar as flores que embelezam o jardim, a estrada, ou mesmo o vaso que
abriga uma solitária rosa adornando um ambiente qualquer...
Olhar as árvores que, robustas ou franzinas, acolhem com sua sombra o
viajante cansado...
Olhar o mar que empresta suas ondas para que a areia seja acariciada...
Olhar o sol que se põe transmutando o céu em matizes de fogo para dar
passagem ao nascer da noite, ora salpicada de estrelas acompanhada da lua,
ora surgindo negra sem constelações brilhantes e sem vestido de prata,
trazendo apenas o clarão dos raios e dos relâmpagos que anunciam o
temporal...
Olhar os prédios enfileirados em variações de alturas, com suas janelas
que abrigam histórias de vida...
Olhar o casal de namorados extravasando carinhos no abraço demorado.
A poesia está também...
Na melodia suave que acaricia a lembrança do que deixou saudade...
No amor que aquece o coração...
Na criança que sugere o futuro...
Olhar... observar... sentir... vivenciar e ouvir são ferramentas da
inspiração que expõem
a vida em acolchoados de cetim nos versos que formam a poesia.
Poesia é a vida... é o sentimento... é a melodia do coração representada
pelos versos da alma.
Curitiba, 14 de março de 2007.
Às 17h50
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