Nudez de minha alma
(OlhosDe£in¢e)
Dispo-me das vestes forjadas
penetro-me em meu ser
recupero a sensibilidade perdida
esculpo a verdade da vida.
Dos sonhos antes embrulhados
retiro a carcaça da ilusão
envolvo-os em papéis
de saudade
dos momentos verdadeiros
de quem um dia amei
e a mim amou.
Minha alma recuperada
retorna em resplandecente brilho
após a morte necessária
dos sonhos que iludiram-me
a viajar em nuvens de
esperanças
que na verdade eram apenas
palcos de ilusões.
Minha alma mais sábia
recolhe-me entre os escombros
em que um dia mistificado
deixe-me habitar.
Serena e de sorriso discreto
ressurjo em meu querer
recuperando a paz
que um dia foi roubada.
Na nudez de minha alma
adormeço a ingenuidade
dissolvo os dissabores
e acolho a verdade
nua e crua.
Límpida e translúcida
volto a viver
depois de dias de imersão
na reflexão de fortes momentos
vividos.
Curitiba, 4 de fevereiro de 2006.